No velório da cantora Dircinha Batista, em 18 de junho de 1999,  durante toda parte da manhã, estavam apenas Luiz Murillo Tobias e sua mãe Hercy Maria, filho e viúva de José Ricardo, quando chegou ao velório a atriz Nicette Bruno e o seu marido, o ator Paulo Goulart. Minutos depois, com a sala ainda vazia, chegou um ex-colega de Dircinha que veio se despedir da amiga e contou que estava esquecido e passando por dificuldades financeiras. Esquecimento esse, do qual Linda e Dircinha Batista também foram vítimas. Seu nome era Bob Lester, dizia ter pertencido ao famoso ´Bando da Lua´- que acompanhava Carmen Miranda. Ele ficou no velório e disse que estava morando nas ruas, após anos de glórias nos palcos nacionais e internacionais, como mostrava através de um livro de fotografias, surrado pela força do tempo. 

Pela emoção daquele momento, por tudo que acontecera nos últimos dias e pelo conhecimento da realidade da vida artística, Luiz Murillo Tobias e a atriz Nicette Bruno, tiveram uma conversa e, naquela manhã, surgiu a ideia da criação de uma instituição forte que não fosse apenas uma continuação do trabalho assistencial intuítivo do cantor José Ricardo, mas uma entidade com preocupação maior de formação, orientação e fomento de trabalho. Sua instituição estaria fundamentada no espírito de união e preocupação com atualização profissional, preparação de novos artistas e estímulo a criação/apoio para atividades culturais em todas as suas formas de expressão (artes plásticas, música, teatro, fotografia, circo, cinema, dança, literatura, etc.). Não esquecendo ainda, da preservação cultural.

A ideia ficou na cabeça de Luiz Murillo Tobias e o destino de Bob Lester mudou naquele dia. Bob foi levado ao cantor e, até então vereador, Agnaldo Timóteo que lhe estendeu a mão e conseguiu uma moradia no Retiro dos Artistas. Ele logo saiu de lá, mas acabou voltando tempos depois pouco antes de falecer. Nos anos seguintes daquela conversa e até sua morte, em 2015, Bob sempre recebeu o amparo da FUNJOR e seus associados.